quinta-feira, 25 de abril de 2013

3096 dias – Natascha Kampusch


Outra quase integrante do Antenados é a bibliotecária @Cleide Moura (Biblioteca Arlindo Corrêa da Silva ) nossa parceira que se faz presente em quase todos os momentos. Ela indicou “A história da garota que ficou em cativeiro durante oito anos, em um dos sequestros mais longos de que se tem história”.
Fica a dica!

Quando Natascha Kampusch, uma garotinha tímida de 10 anos, foi sequestrada estava a caminho da escola. Mas ela não vivia num conto de fadas: não tinha muitos amigos, não se sentia à vontade no condomínio em que morava. Os pais estavam separados com muitas brigas e ela já não se dava muito bem com seu pai. 

Não quero dizer que o sequestro foi uma coisa boa pra ela – não foi. Mas ainda que ela chorasse muito e sentisse falta da mãe, esses conflitos podem ter sido o que a manteve sã nos primeiros dias de cativeiro. Natascha kampusch sentia no início do seqüestro que aquilo que estava acontecendo de uma forma ou de outra estaria sendo um castigo para seus pais, e para ela também, devido aos recentes momentos de conflito que ela passava com sua família. Mas também se sentia culpada por ter saído de casa brigada com a mãe.

Além de aprisioná-la em um local horrível, o seqüestrador colocou na pequena garota amarras psicológicas que a aprisionou mais que o próprio cativeiro. As torturas psicológicas foram maiores que as físicas. Curiosamente, Natascha começou a pensar como ele em alguns momentos, questionando se o jardim fora da casa era real ou construído. Se o vizinho que acenou para ela era um vizinho mesmo ou um contratado de Priklopil. Por causa disso, ela não fugiu em várias oportunidades que teve.

Cleide Moura
Nesse livro, fica clara a frieza de Natascha, que acabou a salvando, e a carência do Priklopil, que o fez cometer tal crime.
Outra coisa que ficou muito evidenciado na obra foi a incompetência da polícia nas investigações do caso. Por muitas vezes eles estiveram perto de encontrar o cativeiro, mas por banalizar várias pistas não o encontraram.

Natascha kampusch relata em uma de suas entrevistas que o apoio mais importante contra o tédio e a loucura eram os livros, em especial os de romance, que a lançavam para outro mundo, atraindo sua atenção de tal forma que a fazia esquecer por horas onde estava e o que estava acontecendo com ela.
                          
“As vezes somos mantidos em cativeiros psicológicos que nem desconfiamos. Estes cativeiros nos aprisionam eternamente, só cabe a nós a libertação deles, resta saber como nos libertar.” 
 

terça-feira, 23 de abril de 2013

Antologia Poética - Carlos Drummond de Andrade


Quem estréia nossa nova página é a Jornalista @Rafaela Angeli. Ela é uma quase integrante do Projeto Antenados (risos). Sempre que precisamos  ela está disposta a contribuir com suas  ideias  inventivas. Olha que bacana a dica. 

O livro que indico é Antologia Poética, de Carlos Drummond de Andrade.



O livro é uma reunião de poemas que vão desde sua estreia até a década de 1960 feita pelo próprio escritor. A obra é uma exaltação à beleza da palavra e é dividido em nove partes. São as seguintes: um eu todo retorcido; uma província: esta; a família que me dei; cantar de amigos; na praça de convites; amar-amaro; poesia contemplada; uma, duas argolinhas; tentativa de exploração e de interpretação do estar-no-mundo.
 
Drummond é um dos precursores do Modernismo, no Brasil, e ajudou a fundar “A Revista”, importante periódico que difundia o estilo pelo país. No Modernismo, os versos eram mais livres e menos rígidos, e falam do cotidiano, por isso, Itabira está sempre presente nos versos do poeta. 

O escritor, que também é contista, cronista, tradutor e escritor infantil, é considerado pela crítica o poeta da razão, pois podemos notar em seus versos sua relação com o mundo, colocando-se, por vezes, maior, menor ou igual ao mundo. Dialoga também com a individualidade e a coletividade, uma relação angustiante e amarga, dada também pela época em que essas poesias foram escritas: o mundo vivia períodos de guerra. 

                              @Rafaela Angeli

É difícil, para mim, dizer qual seria a melhor poesia da obra, que é muito grande e muito importante. Conheci a poesia de Drummond através de ‘No meio do caminho’, que a maioria já leu ou ouviu falar. No primeiro momento, achei estranhos aqueles versos e comecei a buscar interpretações para ele. Foi então, a partir disso, que me interessei pelo poeta. Me sinto orgulhosa por ele também ser mineiro, como nós. 

Escolho ‘O Amor Bate na Aorta’ para que todos possam conhecer e quem sabe também se encantar pela obra deste itabirano:


O Amor Bate na Aorta’

Cantiga de amor sem eira

nem beira,

vira o mundo de cabeça

para baixo,

suspende a saia das mulheres,

tira os óculos dos homens,

o amor, seja como for,

é o amor.



Meu bem, não chores,

hoje tem filme de Carlito.



O amor bate na porta

o amor bate na aorta,

fui abrir e me constipei.

Cardíaco e melancólico,

o amor ronca na horta

entre pés de laranjeira

entre uvas meio verdes

e desejos já maduros.



Entre uvas meio verdes,

meu amor, não te atormentes.

Certos ácidos adoçam

a boca murcha dos velhos

e quando os dentes não mordem

e quando os braços não prendem

o amor faz uma cócega

o amor desenha uma curva

propõe uma geometria.



Amor é bicho instruído.



Olha: o amor pulou o muro

o amor subiu na árvore

em tempo de se estrepar.

Pronto, o amor se estrepou.

Daqui estou vendo o sangue

que corre do corpo andrógino.

Essa ferida, meu bem,

às vezes não sara nunca

às vezes sara amanhã.



Daqui estou vendo o amor

irritado, desapontado,

mas também vejo outras coisas:

vejo beijos que se beijam

ouço mãos que se conversam

e que viajam sem mapa.

Vejo muitas outras coisas

que não ouso compreender.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Antenados Cult.

Quem acompanha as atividades do Antenados através de vídeos, facebook e até aqui mesmo em nosso blog, já deve ter entendido nossa proposta como fomentadores de boas notícias.

Vira e mexe postamos em nossas redes assuntos ligados à comunicação, leitura, cinema e cultura em geral. Mas na última semana, em uma conversa despretensiosa, percebemos que nunca falamos sobre o que os amigos do Projeto Antenados andam lendo, assistindo e ouvindo (aqui vale o gerúndio!) por aí. Então, resolvemos criar a hotpage Cult, local onde postaremos sugestões de livros, filmes e dicas musicais, vindas de nossos amigos pessoais e virtuais. 

A ideia é não ser invasivo! Esperamos receber boas dicas de você leitor para, juntos, construirmos um espaço que nos permita “trocar figurinhas” e descobrir novas formas de comunicação.

Acompanhe!