terça-feira, 21 de maio de 2013

Anjos e Demônios


Há algumas semanas, o Jornalista José Augusto ministra um curso de iniciação ao Jornalismo para os Antenados. Neste período, desenvolvemos um forte laço de amizade com o “Zé” ( só para os íntimos !).
Ele é um cara muito gentil, inteligentíssimo e disposto a sempre contribuir quando necessário.
Então pensamos... Porque não convidá-lo para escrever para nosso espaço?
Olha só qual foi a resposta:

Imagine um objeto que tenha a chamada antimatéria – aquela que, segundo a ciência, é a que deu origem ao universo – que, em contato com a matéria, pode provocar uma intensa explosão e destruir uma cidade inteira. Agora, imagine que esse objeto com essa “bomba” está escondido dentro do Vaticano, ação feita por um grupo de pessoas chamadas “Illuminati”, que seqüestrou quatro cardeais momentos antes do início de um conclave para a escolha de um novo Papa para a Igreja Católica. Pois é, Dan Brown imaginou e deu vida ao livro “Anjos e Demônios”. O sucesso foi tão grande que a história ganhou as telas de cinema. 
O enredo conta a história do professor de simbologia Robert Langon – nas telonas, interpretado por Tom Hanks –, que é chamado a um dos maiores centros de ciência do mundo para ajudar a investigar um símbolo marcado no peito de um cientista que foi morto. O assassino consegue, ainda, roubar a antimatéria e levá-la ao Vaticano, dando início a uma vingança secular contra a Igreja Católica.
Para completar a ação, o vilão da história – quer dizer, o comparsa dele – sequestra quatro cardeais momentos antes do início do Conclave que irá escolher o novo papa, pois o antigo morreu. O terrorista deixa uma mensagem gravada à polícia do Vaticano em códigos afirmando que irá matar, de hora em hora, cada um dos religiosos, até o último. E quando der meia-noite, um enorme clarão irá aparecer em Roma. É a “bomba” da antimatéria.
Para quem gosta de suspense, o livro é um prato cheio. Isso porque Langon, após ir para Roma decifrar os enigmas e tentar salvar os quatro cardeais sequestrados, tem de encontrar onde está o objeto poderoso, além de também ter que se desviar das armadilhas feitas pelos Illuminatti. O maior problema é que qualquer pessoa é suspeita de fazer parte dessa rede, inclusive, quem mora dentro do Vaticano.
Junto com Vittoria Vietra – sobrinha do cientista assassinado, que era um padre – Langon dá início a uma busca implacável por lugares seculares de Roma por pistas que possam levar à chamada Igreja da Iluminação, na qual estaria escondida “a bomba”. Suas teorias são, a todo o momento, colocadas em dúvidas pela Guarda Suíça, responsável pela segurança do Vaticano, além de alguns cardeais. Mas o carmelengo – funcionário responsável pelo Vaticano durante o período em que não há um papa – dá crédito ao professor e sua companheira, autorizando a busca.
Os Illuminatti vão matando, de hora em hora, um dos cardeais sequestrados. Além de descobrir em quais locais os religiosos serão assassinados, Langon e Vittoria devem descobrir, também, onde está o objeto e quem orquestrou toda essa trama. Suspense e ação (colocadas brilhantemente tanto no filme quanto no livro) não faltam.
@ José Augusto
Como acontece na maioria das vezes em que um livro é adaptado para as telonas, há algumas diferenças das histórias apresentadas no livro e no longa. Mas, de qualquer modo, são enredos fantásticos, em que o leitor – ou o expectador – entra na história e é levado a acreditar que várias pessoas são suspeitas, em uma rede de intrigas muito bem construída.
A questão é: quem é o culpado pelo ressurgimento dos Illuminati e pelo reinício da guerra contra a Igreja Católica? Quem orquestrou toda essa situação? O papa morreu ou foi morto? Onde está a antimatéria que pode destruir a cidade? O final é aguardado com muita apreensão. Aliás, o desfecho da história (é até difícil escolher apenas um momento clímax em todo o enredo) é super interessante, uma vez que o culpado é, ninguém menos, que.....
Ah! A resposta está no livro e no filme. Boa leitura e/ou boa sessão!

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Rota 66- A história da polícia que mata


@Cledemar Duarte dispensa apresentações mais detalhadas. É uma figura carimbada do Antenados. Já foi integrante do Projeto, passou pela coordenação e hoje é um Jornalista graduado. O cara é simplesmente apaixonado pelo que faz. Estamos "namorando-o" a algum tempo para contribuir com o Antenados Cult. Conseguimos! O resultado você verá a seguir.

Rota 66- A história da polícia que mata

 
Logo no início do curso de jornalismo muito se falava sobre Caco Barcellos e seus trabalhos de investigação policial. Em um de seus livros mais conhecidos é possível compreender o motivo de ser considerado um dos principais repórteres investigativos do Brasil. Se trata do Rota 66 - A história da polícia que mata, lançado em 1992, pela Editora São Paulo.

Neste livro, Caco Barcellos investigou durante 5 anos todas as mortes com envolvimento de policiais da ROTA (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), em São Paulo. Este grupo era considerado o esquadrão da morte entre as décadas de 70 e 90.

Recentemente a imprensa brasileira destacou a corrupção dentro da policia militar, possíveis erros de policiais na favelas do Rio de Janeiro, mas Caco Barcellos já havia feito isso em Rota 66, não apenas apresenta denúncias em seu livro, como cita os nomes de todos os PMs envolvidos nas atrocidades. Um trabalho de pesquisa e investigação fantástico.

O livro Rota 66 é um alerta contra a impunidade, pois como destaca o autor, muitos dos casos relatados terminavam com policiais absolvidos e famílias sem nenhuma explicação sobre a causa da morte (em quase todos os casos, sem motivação).

@Cledemar Duarte
Durante a leitura você se transporta para cada capítulo e vive os dramas das famílias, a revolta e a sede de justiça. Um grande livro de um dos melhores jornalistas do país.

Para quem gosta do trabalho do Caco ou para quem ainda não conhece o Jornalista, vale a pena conferir a entrvista que ele deu para o programa Provocações, da TV Cultura.



sexta-feira, 10 de maio de 2013

Série - Downton Abbey


Outra dica bem legal para acompanhar o fim de semana, veio da Jornalista @Gabriella Pacheco. Por aqui já conhecemos algumas coisas que a Gabi se interessa, como futebol (principalmente inglês), cachorro (ela tem 5 em casa), músicas e viagens.

Mas hoje, fica a dica de outra paixão dela: séries de TV.
Olha que bacana !

O mundo da aristocracia britânica parece um lugar inalcançável e distante demais para que o resto de nós possa conhecer. No entanto, sua pompa e tradição sempre me fascinaram.  Em Downton Abbey, uma série produzida pela Carnival Films para o canal britânico ITV, esse mundo se torna acessível.
 
Vencedor do Emmy e Globo de Ouro de melhor série dramática, o programa se passa no condado de Yorkshire, no interior da Inglaterra, na segunda década do século XX. Downton Abbey é o nome da mansão (os ingleses têm esse costume encantador de dar nome à suas casas) em que vivem o conde Grantham, sua família e seus muitos servos. A série, que se prepara para sua quarta temporada, gira em torno dos problemas e vida desses personagens.

Para muita gente isso pode parecer a fórmula para o tédio, mas o que os roteiristas conseguem mostrar é o contrário. Intrigas, escândalos e conspirações são parte constante do enredo. Prova de que isso dá certo é o sucesso da série com o público. Nos EUA, onde a série é exibida pelo canal público PBS, a terceira temporada teve uma média de 11,5 milhões de telespectadores.
 
Mas o que me atrai mesmo  é... bem, tudo! Desde sempre sou intrigada por tudo que se refere ao Reino Unido - à isso eu culpo Mary Poppins, por ter semeado na minha imaginação infantil o mundo mágico da terra dos chás e biscoitos, secretamente escondido dos mortais naquela pequena ilha européia. Downton Abbey só reforça essa paixão inexplicável e me desperta a vontade de ter nascido em outra época do século XX.

Os cenários utilizados são bucólicos, encantadores e mostram toda a graça do interior inglês, com seus pastos, vilas, jardins e montanhas. Assim como a mansão, seus quartos, a prataria, os jantares - a ideia de que todo jantar é uma ocasião especial digna de se vestir bem! Os figurinos também são elegantes e atemporais - tanto é que uma linha de roupas inspirada em Downton Abbey está para ser lançada no exterior. 
 
Outra coisa bacana é enxergar a aristocracia com outros olhos. Apesar da visão geral das pessoas sobre os ingleses ser de frieza, o que encontramos é uma família que, apesar de rica, se importa com seus servos e sua comunidade. É interessante também - quase engraçado - ver como a vida deles é diferente da nossa.
 
Trabalho, por exemplo, é uma palavra que não faz parte da vida da família. Um dos maiores conflitos que aparece na primeira temporada é o desejo inexplicável que uma das filhas do conde desenvolve por trabalho. Ao longo das temporadas a descoberta de certas atividades atípicas da vida aristocrática também vão aparecendo e sendo contrapostas pela visão tradicional da avó das meninas e condessa de Grantham, impecavelmente interpretada por Maggie Smith.

E se de um lado os nobres apresentam um mundo novo, do outro lado, os servos também nos mostram uma realidade ignorada pelos livros de história ou os filmes hollywoodianos. Quase vinte pessoas compõem a equipe que faz a casa funcionar. Entre eles estão valetes, mordomos, empregadas e cozinheiras. Alguns deles (muitos) abrem mão completamente de uma vida além dos muros da mansão só para poder servir à família. 

@Gabriella Pacheco
Se isso soa degradante, para eles era o contrário: uma honra. O status de servir uma família dessas é um dos motivos de haver tanta intriga dentro da casa. Ao longo das três temporadas aparece muitos personagens levando facadas nas costas, tudo em busca de uma posição de maior privilégio na casa.

Outro detalhe interessante, talvez o mais interessante, é observar as mudanças pela qual a Inglaterra vai passando ao longo da História e como elas são sentidas pelas diferentes classes sociais que são reveladas pela série. A 2ª Guerra Mundial é uma dessas mudanças, assim como as crises econômicas que cercam o país no entorno dela.

Por mais que a série pareça ter o foco na elite britânica da época, acho que Downton Abbey é bem mais que isso.  É um olhar ao longo do tempo sobre a sociedade britânica e sobre como ela evolui. Se isso é importante ou necessário, acho que depende do ponto de vista. Eu, particularmente, acho fascinante.
 
Downton Abbey é exibido no Brasil pelo canal pago GNT, às quintas-feiras, 22h30.
 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Trilogia "Jogos Vorazes"


Fica a dica da nossa amiga e parceira de eventos @Tânia Cristina Moura. Ela coordena um projeto lindíssimo de leitura por prazer, em Betim. Então, já viu né?! Tânia sabe do que está falando.

Minha indicação é a Trilogia "Jogos Vorazes"

Livro 1: Jogos Vorazes
Livro 2: Em Chamas
Livro 3: A Esperança
Livro de ficção 

A história se passa em uma nação chamada Panem, fundada após o fim da América do Norte. Formada por 12 distritos, é comandada com mão de ferro pela Capital, sede do governo.

Uma das formas com que demonstra seu poder sobre o resto do carente país é com os 'Jogos Vorazes', uma competição anual transmitida ao vivo pela televisão, em que um garoto e uma garota de 12 a 18 anos de cada distrito são selecionados e obrigados a lutar até a morte. Para evitar que sua irmã seja a mais nova vítima do programa, Katniss se oferece para participar em seu lugar. Vinda do empobrecido Distrito 12, ela sabe como sobreviver em um ambiente hostil. Caso vença, terá fama e fortuna. Se perder, morre. Mas para ganhar a competição, será preciso muito mais do que habilidade.

É uma história incrível de superação física, suspense político e romance. Faz o jovem refletir qual é o seu papel neste universo, inclusive político, que suas decisões e escolhas fazem a diferença.
@Tânia Cristina
A coragem de Katniss nos jogos faz nascer a esperança em um país
disposto a fazer de tudo para se livrar da opressão.

"Esperança é a única coisa mais forte do que o medo. Um pouco de esperança é eficaz. Muita é perigoso." 
Fala do presidente de Panem

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Terra Deu, Terra Come (Direção: Rodrigo Siqueira)



Chegou a tão desejada sexta feira. E uma dica para curtir o fim de semana veio da Gestora cultural @ Érika Rocha que indicou um documentário cheio de tradições!


“Terra deu, terra come” é um documentário que retrata os costumes brasileiros herdados pelos descendentes de escravos africanos, no interior de Minas Gerais. A trama do filme se desenrola sob um olhar cinematográfico da vida de Pedro de Almeida, mestre da cultura popular mineira, garimpeiro de 81 anos de idade, ao se registrar o momento que esse conduz com a maestria de um mestre de cerimônias o velório, o cortejo fúnebre e o enterro de João Batista, que morreu com 120 anos. Esse ritual sucede-se no quilombo Quartel do Indaiá, distrito de Diamantina. 


Ao captar imagens das 17 horas de velório, choro, riso, farra, reza, silêncios e tristeza da despedida de João Batista, a equipe de filmagem visava registrar um ritual elementar da cultura e história africana herdada pelos brasileiros. Tendo em vista que durante o cortejo, Pedro de Almeida entoava muita cantoria em versos dos vissungos, tradição herdada da África, pois como descendente de escravos trabalhadores na extração de diamantes, nas Minas Gerais do tempo do Brasil Império, Pedro é um dos últimos conhecedores dos vissungos,  cantigas em dialeto banguela cantadas durante os rituais fúnebres da região,  muito comuns nos séculos 18 e 19.


Ao conduzir o funeral de João Batista, Pedro desfiava histórias carregadas de poesia e significados metafísicos, que nos põem em dúvida o tempo inteiro: Como se deu a vida de João Batista? Quem era seu parceiro? Ele existia de fato?  Estamos sozinhos nessa vida, ou rodeados de parceiros invisíveis? Como Deus inventou a Morte?


Durante o filme, o cinegrafista consegue explicitar jocosamente seu olhar sobre essas cenas, que muitas vezes nos confundem quanto ao seu caráter, ao passo que a forma como são retratadas nos levam a pensar se são realmente verídicas ou fictícias. O que é reforçado pela atuação de Pedro e seus familiares frente à câmera, que nos provoca pela sua dramaturgia espontânea. Assim, nesse filme, não se sabe o que é fato e o que é representação, o que é verdade e o que é um conto, documentário ou ficção, o que é cinema e o que é vida, o que é africano e o que é mineiro, brasileiro.


“Terra deu, terra come” recebeu várias premiações, valendo destacar Melhor Filme no BH ForumDoc 2010, e foi escolhido pela UNESCO para ser exibido no evento extraoficial de Lançamento da Coleção da História Geral da África, realizada pela UNESCO, em Belo Horizonte/MG, 2011.